Indonésia busca bloquear restrições à produção de plástico bruto
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Indonésia busca bloquear restrições à produção de plástico bruto

Jun 05, 2023

Pessoas caminham pelo Terowongan 4444 (túnel 4444), uma obra de arte construída com garrafas plásticas coletadas de rios no museu de plástico construído pelo grupo de ativistas ambientais da Indonésia Observação Ecológica e Conservação de Zonas Úmidas (ECOTON) na regência de Gresik perto de Surabaya, Java Oriental, em 28 de setembro , 2021. (AFP/Prasto Wardoyo)

25 de maio de 2023

JACARTA– A delegação da Indonésia parece destinada a reduzir as ambições em um próximo fórum global sobre poluição plástica em meio à preocupação de que alguns dos planos possam prejudicar as indústrias locais.

Antes da segunda sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação (INC-2) sobre poluição plástica, a ser realizada em Paris de 29 de maio a 2 de junho, os países variam em suas respostas aos resíduos plásticos.

Os Estados Unidos, a Arábia Saudita e outros grandes produtores de plástico preferem estratégias nacionais, informou a Reuters na semana passada, enquanto a chamada High Ambition Coalition, composta por Noruega, Ruanda, Nova Zelândia e União Europeia, está pedindo metas globais para reduzir a produção de plástico matéria-prima para produtos à base de plástico e eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis.

Essa proposta despertou preocupação do Ministério da Indústria, fabricantes locais e analistas de energia, que dizem que prejudicaria a indústria plástica da Indonésia, que já está enfrentando uma enxurrada de produtos importados.

Ignatius Warsito, diretor-geral interino das indústrias química, farmacêutica e têxtil do ministério, disse que o governo tentará bloquear a proposta de cortar a produção de plástico virgem.

"Fomos instruídos pelo ministro da indústria a proteger o plástico virgem [assunto] no [INC-2] na França. Como o mundo pode parar ou reduzir [a produção de] fábricas de plástico enquanto é impossível não usar plástico?" Inácio disse na terça-feira, conforme citado pela agência de notícias Antara.

Se a proposta for aceita, temem o ministério e os atores da indústria, isso pode prejudicar três grandes projetos petroquímicos a serem implementados pela PT Chandra Asri Petrochemical, PT Lotte Chemical Titan Nusantara e PT Pertamina até 2027. Todos são fornecedores upstream para a indústria de plásticos.

O investimento para esses projetos pode chegar a US$ 18 bilhões, segundo a Associação da Indústria de Plásticos, Aromáticos e Olefinas da Indonésia (Inaplas).

O governo ainda apóia os esforços para proteger o meio ambiente, de acordo com Ignatius, que enfatizou, no entanto, a necessidade de continuar esse esforço, permitindo um maior crescimento da indústria.

Ele apontou como exemplo a matéria-prima plástica desenvolvida em biorrefinarias da Coreia do Sul como forma de reduzir as emissões de carbono.

"Preparamos a posição da Indonésia [sobre esta questão]. Esperamos criar um equilíbrio entre os aspectos econômicos, ambientais e sociais [no fórum]", afirmou Ignatius.

Perdas potenciais para a indústria local

O vice-presidente da Inaplas, Edi Riva'i, opinou que a proposta, se implementada, pode aumentar as importações de plástico virgem para o país.

Segundo ele, apenas 40% da demanda doméstica de matérias-primas plásticas foi atendida pelos produtores locais, resultando em importações líquidas anuais de US$ 2,8 bilhões.

"A produção da Indonésia ainda é baixa, enquanto outros países, como Cingapura, China e Tailândia, têm excesso de oferta. Assim, se não conseguirmos construir [novas fábricas], seus produtos virão para cá", disse Edi na terça-feira, citado por Bisnis.

Se isso acontecer, disse Edi, pode-se perder a oportunidade de empregar 3,2 milhões de pessoas em novas plantas petroquímicas.

Tauhid Ahmad, diretor executivo do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Financeiro (INDEF), admitiu que o país continua inundado de plásticos importados devido à limitada capacidade produtiva local. Ele atribuiu isso às taxas de importação relativamente baixas que tornaram alguns plásticos locais pouco competitivos.

A indústria plástica local também enfrentou desafios em relação à eficiência da produção, disse Tauhid.

“Assim, se a proposta de cortar a produção de plástico virgem for aprovada, pode impedir a Indonésia de produzir valor adicional e criar mais oportunidades de emprego no país”, disse Tauhid ao The Jakarta Post na quarta-feira.